Eleições 2024 - que tipo de eleitor é você?



Em 06 de outubro de 1994, o Jornal Meia Pataca publicou a seguinte matéria:


O Eleitorado Brasileiro

Veja se você se identifica com a figura


Passados 30 anos, você acha que ainda existem eleitores assim? Pois é, pode ser que ainda existam, mas com certeza não é o seu caso. Você é um eleitor cidadão ou eleitora cidadã.

 

Mas o que é ser cidadão ou cidadã? Veja o que diz o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

 

As palavras ‘cidadã’ e ‘cidadão’ são relativamente comuns no vocabulário da população brasileira. Mas, embora sejam termos populares, poucas pessoas sabem o que eles realmente significam.

 

De acordo com o Glossário Eleitoral, página disponível no Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cidadã ou cidadão é a pessoa que adquiriu direitos políticos e está apta a votar e ser votada. Para exercer a cidadania e participar da vida política do país é necessário realizar o alistamento eleitoral ou, simplesmente, emitir o título de eleitor. O processo é fácil, rápido e pode ser iniciado pela internet.

 

Basta acessar o serviço on-line da Justiça Eleitoral, disponível no Portal do TSE ou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do seu estado e clicar no campo Título Eleitoral.

Mas ser eleitor não é só tirar o Título de Eleitor e votar. O eleitor e a eleitora têm direitos e deveres.

 

Os nossos deveres com o voto não se resumem apenas à sua obrigatoriedade. A responsabilidade primária é de conhecer o candidato, para saber se ele de fato representa aquilo que você defende, se as ideias dele estão alinhadas com suas crenças e valores, se a sua postura é condizente, se ele toma responsabilidade dos seus atos, se trata com respeito os seus opositores e jornalistas, e, o mais importante, conhecer o programa de governo do candidato.

 

É sabendo quais são as promessas de governo que podemos verificar se ele está fazendo um bom governo ou não. No caso de candidatos com histórico na vida política, também é possível fazer essa análise pelo que ele fez ou deixou de fazer nos seus anos de mandato. Após as eleições, será a partir dessas bases que ele poderá ser cobrado caso não esteja cumprindo com a sua palavra.

 

Campanha do TSE destaca a importância da representatividade para a

consolidação da democracia

Iniciativa busca incentivar a participação das cidadãs e dos cidadãos nas eleições, tanto como eleitores quanto como candidatos

A campanha consiste em uma série de vídeos sobre pluralidade e representatividade nas urnas, a fim de reforçar o papel da Justiça Eleitoral de garantir o direito ao voto e à cidadania a todas as eleitoras e a todos os eleitores do Brasil. 

 

A ideia é sensibilizar também grupos historicamente excluídos do processo eleitoral – como negras e negros, povos originários, mulheres, quilombolas, pessoas com deficiência (PCDs), comunidade LGBTQIAPN+, além de idosas, idosos e jovens – sobre o seu relevante papel na construção e consolidação da democracia.

 

A definição de representatividade é a expressão dos interesses de um grupo (seja um partido, uma classe, um movimento, uma nação) na figura do representante. De forma que aquele que fala em nome do coletivo o faz comprometido com as demandas e necessidades dos representados. Portanto, falar de representatividade revela o sentido político e ideológico por trás do termo.

 

A definição de representatividade vai além da questão de identidade.

 

O candidato que vou votar e esse partido me representam? Qual o meu perfil político? Sou da direita, esquerda ou centro? Vamos ver a reportagem sobre Direita e Esquerda no site Mundo Educação da UOL.


Direita e Esquerda


Foi durante a Revolução Francesa, que se espalhou com a Tomada da Bastilha, que os termos direita e esquerda surgiram.


Direita e esquerda são termos utilizados para classificar a posição política e ideológica de pessoas, partidos e outras instituições. Além da direita e da esquerda, também existe o espectro político de centro, em que a pessoa ou instituição defende de forma equilibrada propostas de esquerda e de direita. Ademais, podemos classificar ainda a forma de pensar das pessoas e instituições como de centro-esquerda ou centro-direita. 


A esquerda defende que a sociedade seja mais igualitária, com menos desigualdade social. Para atingir tal objetivo, a esquerda propõe que o Estado seja forte, realizando investimentos e controlando a economia. Também defende impostos maiores para aqueles que ganham mais e têm grandes fortunas, principalmente dos mais ricos, para que o governo garanta o bem-estar das pessoas. 

Já a direita defende a liberdade individual, a livre iniciativa e que os impostos sejam pequenos ou mesmo que eles não existam. Acredita-se ainda que o Estado não deve interferir na economia e que esta se regula através da livre concorrência entre as empresas privadas.


Origem dos termos direita e esquerda


A origem dos termos direita e esquerda está ligada à Revolução Francesa. No século XVIII, a França foi governada por três reis absolutistas, Luís XIV, Luís XV e Luís XVI.

Luís XVI herdou uma França com grande desigualdade social, com nobres vivendo em palácios enquanto milhões de membros do chamado Terceiro Estado viviam na miséria nas ruas de Paris e outras cidades francesas.


Para piorar a situação, os membros da nobreza e da Igreja não pagavam impostos enquanto os membros do Terceiro Estado pagavam pesados impostos. Faziam parte do Terceiro Estado diversos grupos sociais, como camponeses, trabalhadores urbanos, pequenos comerciantes e profissionais liberais. Também faziam parte do Terceiro Estado os burgueses, grupo formado por ricos comerciantes, banqueiros e empresários de diversos ramos.


Em 1789, após o agravamento da crise política, uma revolução se iniciou em Paris, a qual ficou conhecida como Revolução Francesa, com o povo invadindo a Bastilha, a prisão onde alguns inimigos de Luís XVI estavam presos. Além de libertarem os presos, os revolucionários conseguiram armas, munição e pólvora na prisão.


O rei acabou sendo guilhotinado pelos revolucionários, acusado de traição ao povo francês. Sua esposa, Maria Antonieta, também foi guilhotinada. Para governar a França, uma assembleia foi formada por deputados eleitos por aqueles que podiam votar.


As pessoas eleitas para a Assembleia formaram diversos grupos, criando partidos, cada um deles com uma visão diferente sobre como a França deveria ser governada durante o processo revolucionário. Na assembleia, do lado direito da mesa diretora se sentaram membros de um grupo político que ficou conhecido posteriormente como “girondino”. Já do lado esquerdo, sentaram-se membros de um grupo político que ficou conhecido posteriormente como “jacobino”.


Os girondinos eram considerados conservadores, não desejando mudanças tão radicais na França, aceitando inclusive uma monarquia constitucional, tipo de monarquia em que o rei tem pouco poder. Já os chamados jacobinos defendiam mais mudanças na França, como a proclamação de uma república, o fim da escravidão nas colônias francesas e o direito ao voto para todos os homens franceses. Foi nesse contexto de conflito entre jacobinos e girondinos que os termos direita e esquerda surgiram.

 

Como escolher o seu candidato?

É comum, em época de eleições, que os meios de comunicação se dediquem a publicar matérias sobre as mais variadas fórmulas que o eleitor deve usar na hora de decidir em quem votar. Todas as ideias são interessantes, algumas simples, outras nem tanto. Assim, aproveitando a oportunidade, elegemos alguns critérios que devem ser levados em conta para escolher um candidato.


Primeiramente, o eleitor deve identificar quais valores julga mais importantes e quais valores quer ver seu representante defender. Isso é importante porque, geralmente, escolhemos um candidato por afinidade, ou seja, aquele que tem valores iguais aos nossos.


Em teoria, não há nada de errado nessa escolha, aliás, é improvável, senão impossível, alguém votar em quem defende valores opostos aos seus. Contudo, o eleitor deve esforçar-se para escolher candidatos que tenham preocupações universais, ou seja, preocupações que dizem respeito ou são aplicáveis a todas as pessoas e não só a um pequeno grupo.


Para saber o que o candidato pensa, o eleitor deve conhecer a carreira dele, assim como sua atuação profissional, seu histórico de vida, sua postura ética e sua conduta diante da sociedade. Se o discurso do candidato não condiz com sua atuação em outros momentos da vida, isso é um indício de que ele pode estar mentindo.


Em seguida, é preciso analisar suas propostas, o partido ao qual está filiado e quem são seus correligionários. Além disso, é preciso ver se suas promessas são viáveis e compatíveis com o cargo que ele pretende ocupar. Promessas genéricas do tipo “vou criar milhares de empregos” são muito fáceis de fazer e obviamente são inviáveis de cumprir.


Informação das mais importantes é saber quem são os financiadores do candidato, pois as pessoas e empresas que financiam as campanhas eleitorais têm interesses que nem sempre se coadunam com os interesses da coletividade.


Muito embora não dê para ter certeza de que o candidato mais preparado cumprirá suas promessas, mesmo que viáveis, é possível reconhecer e descartar o político falastrão e despreparado.

Para obter informações sobre os candidatos, devemos ficar atentos a notícias, jornais, revistas, propagandas eleitorais veiculadas no rádio e na televisão, pesquisas e debates entre os concorrentes. Dessa forma, é possível saber se o candidato já esteve envolvido em algum escândalo, o que ele realizou em mandatos anteriores e avaliar suas propostas.


Todos os meios de veiculação de informação são válidos, contudo, atualmente, a melhor ferramenta para auxiliar o cidadão é a Internet, pois nada escapa à rede mundial de computadores. Nas páginas dos órgãos do Legislativo, da Justiça Eleitoral, de algumas ONGs ou simplesmente em sites de busca, é possível obter informações sobre os candidatos e políticos.

Para mais informações acesse: Justiça Eleitoral – www.tse.jus.br (informações sobre prestação de contas de candidatos, comitês e direção partidários).

 

Voto Consciente: um forte instrumento de mudança política e social

 

 

Fontes:

 

VALVERDE, Wilson. O Eleitorado Brasileiro. Jornal Meia Pataca, out. 1994. Disponível em: https://irp.cdn-website.com/911e89ac/files/uploaded/Jornal%20Meia%20Pataca%20-%20n%C2%B0%206%20-%20Outubro%201994.pdf. Acesso em set.2024.

POLITIZE – Site: https://www.politize.com.br/representatividade/. Acesso em set.2024.

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORA – TSE: https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2024/Marco/voce-sabe-o-que-significa-ser-uma-cidada-ou-um-cidadao-o-glossario-eleitoral-explica. Acesso set. 2024.

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORA – TSE: https://www.tse.jus.br/servicos-eleitorais/glossario/termos/eleitor. Acesso em set.2024.

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORA – TSE: https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2024/Setembro/campanha-do-tse-destaca-a-importancia-da-representatividade-para-a-consolidacao-da-democracia. Acesso em set.2024.

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORA – TSE: https://www.tse.jus.br/institucional/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-eje/artigos/revista-eletronica-eje-n.-2-ano-4/como-escolher-o-seu-candidato. Acesso em set. 2024.

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORA – TSE: https://www.tse.jus.br/institucional/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-eje/artigos/revista-eletronica-ano-ii-no-5/voto-consciente-um-forte-instrumento-de-mudanca-politica-e-social. Acesso em set. 2024.

UOL - MUNDO EDUCAÇÃO: https://mundoeducacao.uol.com.br/politica/direita-esquerda.htm. Acesso em set.2024.


Fotos: acervo do Tribunal Superior Eleitoral, 1932 e 1940

Fotos: Memorial da Democracia, 1940

 

Karla Valverde

Redatora Chefe


Matéria elaborada por Lisaura Valverde Dias, graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Estácio de Sá (UNESA)


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