Lúcio Alves
Lúcio Alves
Lúcio Alves
Lúcio Ciribelli Alves, cantor e compositor, nascido em Cataguases em 28/01/1927. Terra de muitas e belas vozes, Cataguases jamais viu voz tão bela como a de Lúcio Alves, um dos cantores fundamentais na história da música popular brasileira. Morreu no Rio de Janeiro em 03/08/1993.
Família
Menino considerado prodígio - cantava, tocava violão, compunha - Lúcio Alves nasceu na Rua Pomba, em Cataguases, vindo de uma família ligada à música. Sua mãe tocava piano e seu pai, farmacêutico-prático, era músico de banda e tocava bombardino. Em 1934, a família muda-se para o Rio de Janeiro e logo Lúcio começa a cantar em programas infantis nas estações de rádio cariocas.
Profissional da música
Mas em termos profissionais, seu início deu-se mesmo com o ingresso, aos 14 anos, no grupo vocal “Namorados da Lua”, do qual torna-se
crooner. Logo já é atração no famoso “Um milhão de Melodias”, na Rádio Nacional, e passa a cantar em cassinos, cinemas e boates. Somando-se 78 rotações, compactos e LP’s, Lúcio Alves gravou mais de uma centena de discos. Seu lado de compositor é menos conhecido, mas não menos brilhante, legando pelo menos um clássico à música popular brasileira,
“De conversa em conversa”, que compôs ainda muito jovem, em parceria com Haroldo Barbosa.
Carreira solo no exterior
Quando o conjunto “Namorados da Lua” acabou, em 1947, Lúcio já cantava sozinho. Tenta carreira no exterior, atuando em Cuba como
crooner e violonista do conjunto “Os Anjos do Inferno”. De Cuba vai para os Estados Unidos, de onde volta em 1948, após um ano fora do Brasil - exatamente quando o disco que fizera antes da viagem era ouvido em todo o país.
Álbuns de sucesso e a bossa nova
Grava a partir de então um álbum atrás do outro, sempre com muito sucesso. Junto com seu amigo
Dirk Farney, cujo timbre de voz era muito semelhante ao seu, Lúcio é considerado um dos mais sofisticados cantores surgidos no Brasil entre os anos 40 e 50. A exemplo de Farney, seu estilo de cantar era totalmente
cool, na contramão dos vozeirões então em voga no Brasil. Não por acaso, um estilo que acabaria desaguando em João Gilberto e na Bossa Nova, movimento de que participou ativamente e para o qual sua voz foi também importante ponto de referência.
A partir de meados da década de 60, sob o império do iê-iê-iê, ele torna-se arisco aos microfones e transforma-se em bem-sucedido produtor de programas musicais para a televisão. Uma de suas últimas apresentações ao vivo foi coincidentemente em Cataguases, durante uma festa de final de ano dos funcionários da Companhia Força e Luz Cataguazes-Leopoldina.
Fonte: Trecho retirado do livro "Os 100 do século em Cataguases", da Fundação Ormeo Junqueira Botelho.
Criação e Desenvolvimento
Welington Carvalho